quinta-feira, dezembro 06, 2012

SOS

A solidão em sua perfeita forma. Sentir os tecidos leves na cama e descansar as pálpebras por longos minutos antes de enfrentar tudo de novo. É a vida e suas formas mostrando como devemos apreciar cada detalhe: o sabonete deslizando no corpo, o toque singelo de alguém que gostamos, o cuidado ao tocar uma flor, a lua e seus desenhos, os cachos do garoto de rua, a chave quando abre uma porta. Afinal, sentimos mesmo isso tudo ou apenas sabemos que existe? É muito simples querer que a vida nos dê o que queremos. Mas nós não a apreciamos em sua maneira divina, não agradecemos o fato maravilhoso que é estarmos aqui. Aqui e aonde quisermos estar, pois somos livres para isso. ESSA é a vida. Todas as prisões que vivemos são consequência de nossos próprios crimes e não há outro culpado além de nós, erráticos. Não é culpa da vida nos apaixonarmos pela pessoa errada, dos desencontros, dos erros sem motivo. Não é culpa dela passarmos meses sem sofrer por ninguém e de repente, sem explicação nenhuma se sentir pisoteado por alguém que você acabou de conhecer. Fugir do amor dá nisso, fugir da paixão dá nisso. Fugir nunca será liberdade. A fuga é uma solução rápida para o medo de sentir; e o medo de sentir é algo que pode nos destruir. Afinal, o que é um ser humano sem nenhum sentimento? Então, qual a melhor escolha? Se entregar aos sentimentos ou permanecer neutra à eles? De fato, enquanto neutra, estou na zona segura. Não sofro e não amo. Mas e o outro lado, quando finalmente me trará bons frutos? Quando finalmente vou poder sentir sem medo de escolher a pessoa errada? Esse é o lado perigoso dos sentimentos, você nunca vai saber.

Nenhum comentário:

Postar um comentário